quarta-feira, 18 de novembro de 2009 0 comentários By: Agefran Costa

SAIA-ROXA

(Datura metel)

Originária da Ásia, África e Índia, mas pode ser encontrada no Brasil. A saia-roxa é uma planta ornamental, cultivada em jardins devido às flores grandes, roxas e vistosas, embora ocorra em terrenos baldios e nas proximidades das habitações. Reproduz-se por estaca e semente e floresce de setembro a março.



Arbusto perene, de 1,0 a 1,5m de altura, caule ramoso, fistuloso com lenticelas. Folhas alternas, longo-pecioladas, inteiras, membranosas, subcordatas, de ápice agudo acuminado, base assimétrica, bordos sinuosos ondulados, verdeescuras, na página superior, ligeiramente mais claras na parte inferior. Flores grandes pedenculadas, solitárias, eretas, campanuladas, roxas, com corola dupla ou tripla. Frutos cápsulas ovóides, contendo muitas sementes de coloração pardo-clara.



Os ramos são dicotômicos e as flores terminais e não axilares como na saia branca. As flores são menos numerosas em comparação com a saia-branca.


A ingestão de qualquer parte desta planta pode provocar os seguintes sintomas:
- Pele seca, quente e vermelha, principalmente no rosto
- Boca seca, dificultando a deglutição e articulação das palavras
- Sede intensa
- Febre
- Aumento da freqüência cardíaca
- Dilatação das pupilas
- Movimentos incoordenados, agitação
- Alternância de comportamento, podendo ficar agressivo
- Confusão mental e alucinaçõesPara saber o significado de alguma



terça-feira, 10 de novembro de 2009 0 comentários By: Agefran Costa

ROMÃ

Hoje, ao acordar, abri a janela e vi, no quintal do vizinho, uma Romanzeira (Romãzeira) toda florida. A beleza daquela planta prendeu meus olhos por alguns minutos naquela imagem e despertou em mim a vontade de compartilhar com vocês a beleza que vi. Assim, apresento a todos que não conhecem - a ROMÃ, que apesar de não ser específica da nossa região, é também uma das mais lindas Imagens do Nordeste.
(Punica granatum)

Família: Punicaceae.
Divisão: Angiospermae
Origem: Oriente Médio
Ciclo de Vida: Perene
A importância da romã é milenar, ela aparece nos textos bíblicos e os gregos a consideravam como símbolo do amor e da fecundidade. Para os judeus, a romã é um símbolo religioso com profundo significado no ritual do ano novo, pois acredita-se que o ano que chega sempre será melhor do que aquele que vai embora.

É uma arvoreta que atinge de 2 a 5 m, de tronco acinzentado e ramos avermelhadas quando novos. A romãzeira se adapta desde os climas tropicais e subtropicais aos temperados e mediterrânicos. As flores da romazeira são vermelho-alaranjadas e simples, ocorrendo variedades de flores dobradas como a "Legrellei". Os frutos são esféricos, com casca coriácea e grossa, amarela ou avermelhada manchada de escuro. O seu interior é composto de muitas sementes, cobertas por um tegumento espesso, polposo de cor rósea ou avermelhado, de sabor ácido e doce. É esta polpa que envolve as sementes a parte comestível do fruto.

Sua popularidade no paisagismo tem aumentado muito nos últimos tempos. A utilização da romazeira é usual em jardins de estilo mediterrâneo e é crescente seu cultivo em vasos, adaptando-se aos jardins em varandas e pequenos espaços. A variedade "Nana" (Mini-romãzeira) é a mais apropriada para esta utilização.

Pode ser cultivada em grande variedade de solos, preferindo os profundos, sempre sob sol pleno. Rústica, tolera moderadamente a salinidade, as secas e o encharcamento. Resiste às temperaturas baixas de inverno e é sensível às geadas tardias de primavera. Multiplica-se por sementes.


Constituintes químicos: alcalóides (peretierina, isoperetierina, metil-isoperetierina, pseudo-peretierina), taninos, Vitamina B1 (tiamina), Vitamina B2 (riboflavina), sais minerais (fósforo, potássio, sódio, cálcio, ferro).
-Casca do fruto: taninos, resina, açucares, pigmentos (antocianinas).
-Flores: taninos, pigmentos (antocianinas).
-Sementes: ácidos orgânicos (cítrico, málico e tartárico), vitamina C, água, açucares.


Propriedades medicinais: adstringente, antidiarréica, antidisentérica, antiinflamatório, anti-séptico, antitérmica, antivirótica, diurético, eupéptica, mineralizante, tônico, vermífuga.

Indicações: aftas, amigdalite, angina da garganta, blenorréia, chagas na boca, cólica intestinal, diarréia, difteria, disenteria amebiana, dispepsia, doenças gastrintestinais, doenças do aparelho genito-urinário, dores de garganta, espasmo, desinfetar ferida, febre, fortalece as gengivas, garganta, gases, gengiva, hemorragia do útero, hemorróidas, inflamação, lavagem dos olhos, lavagem vaginal, leucorréia, tênia (vermes), metrorragia, prolapso do útero, solitária (teníase), verminoses, úlceras da boca.

Parte utilizada: sementes, casca do fruto e do tronco, casca da raiz.


Contra-indicações/cuidados: os alcalóides são muito tóxicos e pode provocar náuseas, vômitos e até a morte. A toxicidade em extratos é reduzida pois há a formação de um complexo entre os alcalóides e os taninos. Em alguns países, seu uso é proibido devido à concentração de alcalóides. Há registros de intoxicações seguidos de morte, pela ingestão de 150g de pó da casca da raiz.

Modo de usar: infusão, xarope, decocção.
- Infusão da casca dos frutos, em gargarejo: aftas e dores de garganta;
- Infusão das folhas: lavar os olhos;
- Decocção de 3 colheres de sopa da casca do caule ou da raiz em 1 copo de água. Dividir em 3 doses a serem bebidas em um dia.No dia seguinte tomar um laxante.
- Suco: difteria, inflamações gastrintestinais e afecções gênito-urinários;
- Xarope do suco: anginas e afecções da garganta;
- Infusão da polpa da romã: diarréia;
- Decocção de 40 a 60g do pó da casca do tronco, da raiz ou do fruto em 1 copo de água. Tomar 3 a 4 vezes no espaço de 1 hora;
- Fruto: mascar no máximo 10 pedaços de casca dos frutos por dia: inflamações da boca e garganta;
- Decocção de 1/4 da casca de um fruto por 10 minutos em 1 copo de água.
- decocção da casca de fruta e do arbusto: desinfetar ferida, inflamação de garganta e boca, gases. Tomar 2 a 3 xícaras de chá ou fazer gargarejo da decocção.





segunda-feira, 9 de novembro de 2009 2 comentários By: Agefran Costa

MELANCIA-DA-PRAIA

(Solanum capsicoides)
Família: Solanaceae.
Outros nomes populares: arrebenta-boi, arrebenta-cavalo, baba, babá, baga-de-espinho, gogoia, joá-vermelho, juá-ti, juá-vermelho, mata-cavalo, mingola.

Espécie conhecida pelo nome popular de Melancia-da-praia, é encontrada principalmente nas regiões litorâneas da costa Atlântica da América do Sul. Ocorre em ambientes alterados e também nas bordas das matas próximas à água. É um arbusto aculeado, pequeno, com folhas sinuado-lobadas, ciliadas, membranosas, apresentando exclusivamente tricomas simples. A inflorescência tem poucas flores brancas ou roxas, das quais apenas uma frutifica. As anteras são amarelas na porção basal e brancas na apical. O fruto é globoso, variando da cor laranja-avermelhado ao vermelho intenso, alcançando até 4,5 cm de diâmetro quando maduro, e tem um pericarpo fino, sem polpa, deiscente por linhas irregulares. Floresce e frutifica, principalmente, na primavera e verão, mas pode ser encontrada florida durante quase todo o ano.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009 0 comentários By: Agefran Costa

MUSSAMBÊ

MUSSAMBÊ (Cleome spinosaJacq ou Cleome hassleriana)

Conhecido também como cleome, sete-marias, planta-aranha, mussambê-fedorento, beijo-fedorento o mussambê é uma planta da família da Cleomaceae. É um arbusto semi-herbáceo e muito florífero, de ramagem ereta, ramificada e espinhenta, que pode alcançar de 0,6 a 1,5 metros de altura. Suas folhas palmadas são compostas por cinco folíolos cada. Estes folíolos apresentam textura rugosa e membranácea, e exalam um cheiro forte característico. As delicadas inflorescências terminais, despontam na primavera e no verão. Elas apresentam formato globoso e são compostas por flores de coloração rósea, branca ou creme, com longos estames. Atualmente ocorrem variedades de diversas tonalidades de rosa, desde o rosa pink até o rosa bebê. As vagens contendo as sementes surgem após a polinização e podemos observá-las nas partes inferiores das hastes florais.

Podemos utilizá-lo como planta palustre, pois gosta de muita umidade. Também podemos plantar mussambê em vasos grandes e jardineiras. Ele acrescenta um toque romântico ao jardim. Exige pouca manutenção, apenas adubações mensais e regas regulares se não for cultivado em terreno naturalmente úmido. A poda dos ramos mais altos estimula seu adensamento e dá uma aspecto mais compacto. Da mesma forma, a remoção das flores velhas estimula novas brotações e resulta em um período de floração mais extenso. Uma curiosidade: A folhagem da Cleome hassleriana pode ser confundida com a da maconha (Cannabis sativa) por pessoas desavisadas.
Na medicina alternativa é usada como tônico digestivo e no cambate a asma, bronquite, tosse e cefaléia e no tratamento de feridas e otites.

Deve ser cultivado sob sol pleno, em solo fértil, enriquecido com matéria orgânica, permanentemente úmido ou irrigado regularmente. Adapta-se a terrenos alagadiços e no entorno de lagos e espelhos d'água. Pode tolerar meia-sombra em locais muito quentes, porém com floração menos exuberante. Multiplica-se por sementes.




terça-feira, 3 de novembro de 2009 0 comentários By: Agefran Costa

MACAMBIRA

Macambira (Bromélia laciniosa)

A macambira está presente nas caatingas do Nordeste, da Bahia ao Piauí. A planta herbácea, da família das Bromeliáceas, que cresce debaixo das árvores ou em clareiras, possui raízes finas e superficiais, folhas que podem atingir mais de um metro de comprimento por vinte centímetros de largura, espinhos duros, e um rizoma que fornece uma forragem de ótima qualidade.

Em se tratando de cor, a macambira pode ser verde-claro, verde mais escuro, verde cinza, violácea ou amarela, dependendo, entre outros fatores, da umidade do ar e do solo. Em locais mais abertos e expostos ao sol, a face ventral das folhas pode-se apresentar violácea ou roxo-escuro.
O vegetal simples, de raízes superficiais, desenvolve-se nas terras mais áridas dos trópicos, se alimenta de ar atmosférico e possui umidade suficiente para resistir às duras secas. Os frutos, amarelos quando maduros, exalam um odor ativo e característico, assemelhando-se a um cacho de bananas pequenas. E suas bagas medem de três a cinco centímetros de comprimento, e têm um diâmetro que varia de dez a vinte milímetros.


Do limbo das folhas da macambira, os sertanejos retiram as fibras aproveitáveis. Com golpes precisos de facão, os espinhos são retirados e, depois, juntam-se as folhas em grandes feixes, que ficam macerando durante vários dias. Quando amolecem as partes fermentáveis, as folhas são retiradas da maceração, batidas, espremidas, lavadas e colocadas em jiraus para secar ao sol. Todo esse processo exala um forte mau cheiro, tendo que ser feito bem longe das casas. Caso seja realizado às margens de rios, os pequenos peixes morrem embebedados.

Existe, ainda, outro processo para se extrair as fibras da macambira. Trata-se de um método árduo, através do qual a folha é arrastada sobre o arame de um aparelho conhecido por tiralinho; depois é esmagada e passada entre os dentes de um pente metálico, para se retirar toda a parte mole. A partir daí, as fibras descobertas são lavadas, penteadas, e colocadas para secar.

Uma outra operação, bastante ingrata, é a extração da massa da base dilatada das folhas (capas). O sertanejo corta algumas folhas, no ponto em que começam a se alargar, para alcançar a cabeça da macambira. Várias cabeças são amarradas umas às outras, formando-se atilhos que os burros transportam em suas cangalhas; ou os próprios caboclos carregam nos ombros, quando não dispõem dos animais. O trabalho de apara é bem árduo: há que retirar os espinhos, recortar as bordas, e fazer a despela, ato que consiste em levantar a epiderme, guarnecida de forte cutícula, com a ponta de uma faca. E as capas são piladas visando separar a fécula das fibras.

A massa bruta é batida, espremida e lavada em água, várias vezes, para retirar o máximo possível do fortume. Isto tudo deixa as pessoas com os dedos muito feridos, devido à ação corrosiva daquela substância. Após a decantação, a massa, de cor branca, é envolvida em um pano, passada em uma prensa rudimentar para escorrer o restante de água, e colocada ao sol para secar.


Com a massa, em uma cuscuzeira, os sertanejos fazem um pão semelhante ao de milho. Costuma-se adicionar um pouco de farinha de mandioca à massa, para aumentar a liga e diminuir o travo no gosto. A massa também é comida em forma de pirão, com leite, ou carnes, que advêm da caça de animais presentes nas caatingas: cotia, gambá, tatu, teju, veado-catingueiro, preá e aves (pomba, asa-branca, quenquém e juriti). A massa pode ser estocada de um ano para outro. Em tempos de penúria extrema, a macambira auxilia a sobrevivência do sertanejo e dos rebanhos.